“Somos jovens e acreditamos nas mudanças que os jovens podem gerar”, afirmam o casal Ivair Luiz e Marisete Giaretta, vindos há nove meses de Xavantina para Chapecó. Em Xavantina eles cuidavam de uma granja de suínos, com seus dois filhos, Jéferson, de 18 anos, e Fernando, de 9 anos. O casal sempre se envolveu na vida da comunidade. Eles eram lideranças da comunidade em que moravam, ele ministro e ela catequista. O filho mais velho ingressou como seminarista, e foi quando o casal, que hoje cuida do Centro Diocesano de Formação (CDF) resolveu se mudar. Então o padre Marlon Tesaro, animador vocacional da Diocese, fez o convite ao casal para assumirem a administração do CDF. Ivair e Marisete sentem–se contentes por serem entrevistados durante a primeira etapa da Oficina de Comunicação Social para Jovens, que aconteceu nos dias 15 e 16 de outubro em Chapecó, promovida pela Ação Solidária Diocesana de Chapecó (ASDI).
A oficina tem como objetivo qualificar jovens em áreas da comunicação social, visando fomentar a formação de cooperativas de jovens comunicadores, onde os mesmos passam a ser funcionários e patrões ao mesmo tempo, tendo como objetivo a geração de renda para seus cooperados.
Para isso em torno de 20 jovens vindos de regiões diferentes da diocese de Chapecó reuniram-se durante os dois dias para estudo e aprofundamento, bem como aulas práticas. Redação jornalística foi ministrada pela professora Míriam Abreu, que ensinou conceitos básicos para redação de textos, seguindo alguns aspectos que fogem do comum. Ela deu dicas importantes em relação à ética na produção de texto e a linguagem que devemos utilizar, considerando sempre o leitor. O professor Ricardo Muzy ensinou técnicas de enquadramento, composição e luz para fotografar, dicas de como fazer boas fotos sem o uso de flash, e também como bater boas fotos à noite sem usar flash. Cada participante teve a oportunidade de usar máquinas fotográficas semi-profissionais de diferentes configurações para aprofundar seus conhecimentos. Em relação aos textos, cada jovem irá praticá-los durante o intervalo até a próxima etapa, que acontece em março de 2012.
A jovem Daiane Servo avalia o encontro através de uma frase-chave: “Nem só de informações se constrói uma matéria, pois a interpretação dos fatos é fundamental”. Daiane resume o que a oficina lhe proporcionou: “Foi produtiva, pude relembrar muitas teorias do jornalismo e estudá-las em artigos comerciais, até mesmo dando uma abordagem diferente a partir das análises do jornalismo popular. Além da teoria, o contato com os profissionais da área de jornalismo popular, os debates e abordagens, foi possível perceber em alguns casos (matérias) onde a vida é tratada realmente como mercadoria barata por muitos meios de comunicação, passando como ´tratores´ por cima da dignidade e valores pessoais.
Em relação ao trabalho como comunicadora diocesana, a oficina, segundo Daiane, também contribuiu para que ela possa avaliar de forma mais crítica seu trabalho, e também seu papel como comunicadora e futura jornalista: “Quanto à faculdade de Jornalismo, essa oficina me possibilitou entender melhor o processo popular da comunicação e isso é fundamental para minha decisão profissional. Gostei muito das práticas de fotografia também, pois é uma área que me atrai muito e no meu curso essa disciplina foi falha”.
Edson Finatto
Vargeão - Diocese de Chapecó